Coisa Mais Linda
- erikagz02
- 26 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Coisa mais linda é uma série brasileira encantadora da Netflix que mostra a vida de Maria Luiza na década de 50 após se mudar para o Rio de Janeiro para abrir um restaurante com seu marido Pedro.
Assim que chega no Rio percebe que seu marido sumiu com todo o seu dinheiro, levando consigo suas esperanças de uma vida de música, mas isso não a impediu de correr atrás de seu sonho baseado na maravilhosa música carioca.
Vamos combinar que uma mulher em 1950 não tinha tantos direitos como temos hoje, por conta disso o machismo se torna evidente, apesar de falar de 60 anos atrás percebemos uma certa ironia, um cotidiano nas ações masculinas e isso torna a série relevante e até mesmo revoltante.
A luta das mulheres foi abordada nas 4 protagonistas: Malu, lutando pelo direito de trabalhar e ter seu próprio negócio; Thereza, que mantém um casamento aberto um tanto quanto escandaloso para a época; Lígia, com sua linda voz e seu marido extremamente tóxico; e por fim, mas não menos importante, Adélia, que luta com o racismo e preconceitos da sociedade da época, que infelizmente continuam arreigados nas raízes da sociedade até os dias atuais.
Sendo sincera acabei sentindo falta de diálogos mais elaborados e achei que alguns relacionamentos foram forçados ao público juntamente com um mal aproveitamento de alguns dos personagens, principalmente na segunda temporada onde as coisas complicadas se resolvem de maneiras rápidas e "milagrosas" e, ao meus olhos, os homens ficaram antes da amigas em algumas situações que a sororidade deveria prevalecer.
Apesar disso a maneira em que abordam as riquezas do Rio de Janeiro e a cultura brasileira foi o que mais me encantou, uma vez que muitos acham que o internacional é muito melhor, mas estes não sabem o que é realmente o Brasil. Na série a música é tratada como oxigênio, um ar que não podemos deixar de respirar, como se fosse um componente essencial para sentir as batidas do próprio coração, é apaixonante a sensação que passa, o frio na barriga que se sente.
Uma série regada de ótima música e uma atuação de tirar o fôlego, admito que chorei, ri e me revoltei junto das personagens e se tem uma coisa que sei, que aprendi com essa série, foi a ter orgulho do meu país, da minha cultura e de ser uma mulher brasileira que não desiste nunca.
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